O sonho da minha vida
é ser um grande poeta
Porém, na hora da rima,
minha vida fica... ingreta
Pois eu quase nunca encontro
a rima que vai servir
E a última palavra
eu tenho que alterir
Então minhas poesias
ficam sempre sem sentido
Já não sei mais o que faço
eu estou desesperido
Uma coisa assim tão fácil
que é encontrar a rima
pra mim já se transformou
num insolúvel problima
Só queria que entendessem
a causa desse meu pranto
que não rissem da minha cara
desprezando meu tormanto
Fico tão indignado
começo a falar palavrões
e dou murros na parede
até sangrar minhas mões
Começo a me torturar
com a ponta da caneta
dou porrada no cachorro
virei um psicopeta
Já tentei um tratamento
pra saber o que eu tenho
Porém o doutor só disse
que me acha um pouco estrenho
Já não sei o que eu faço
pra curar essa doença
e a cada dia que passa
tenho menos esperença
Se não faço poesia
eu morro de tanto tédio
Se eu tento e não consigo
penso até em suicédio
Não durmo direito à noite
e estou perdendo peso
Às vezes me falta ar
fico meio sem juêzo
Já não saio mais de casa
estou com medo de tudo
se continuar assim
vou logo ser internudo
Num hospício horroroso
com doido pra todo lado
Aí sim, serei maluco;
assim, estarei fudado...
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
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João, vc é a reencarnação de Carlos Drummond de Andrade! Tá de parabéns. Compartilhei o link no meu blog: www.drmauricioniza.blogspot.com.br
ResponderExcluirdrmauricioniza.blogspot.com
ResponderExcluircorrigindo.